alone

terça-feira, 2 de novembro de 2010

ainda não passou

Já faz mais de um ano e ainda dói quando tenho notícias de você sobre algum novo amor, uma foto no jornal ou uma atualização no orkut. Não pense que eu quero que você fique mal e chorando por mim, ou me pedindo pra voltar. Não dá pra voltar a ser, o que nunca foi. Mas eu te amei muito, e acho que nunca vou me esquecer de você. Viverei outros amores (como já vivi, e talvez esteja vivendo) e pode ser que nunca mais nos encontremos, mas sempre terá em minhas lembranças um pouco de você. E descobrir uma coisa que você fez me doeu tanto, mesmo sendo uma coisa que eu também fiz. Tá doendo ainda, e vai demorar pra passar não sei por que tô escrevendo, eu não sei mais o que fazer, quero chorar mas tenho preguiça. POR QUE VOCÊ MEXE TANTO COMIGO? não quero não quero e não quero me abalar por você, mas quando vejo já estou abalada, já estou socando o teclado e já estou morrendo de tanto chorar. Queria ter você ao menos uma vez, pra ver se desencano realmente ou se encano, mas aí, se eu encanar pelo menos vou ter uma boa razão "já terei provado" de você e por isso seria difícil esquecer. Mas nunca tivemos nada, e mesmo assim me dói. POR QUE?

como vai você?

Perguntei ao porteiro, ao médico, ao advogado, ao vizinho, ao lixeiro... e ninguém soube me responder. Uma parte de mim espera (e deseja) que você esteja indo muito mal, mas, a outra parte de mim deseja profundamente que você esteja indo bem, mas que não tenha esquecido de mim. Gosto de pensar que você lembra de mim e ri sozinho quando ouve alguém falando uma frase em que 'mim' conjuga o verbo, gosto de pensar que você lembra dos nossos momentos em que você ficava no escritório tentando redijir a sua matéria pro jornal e eu, esticada no sofá, enfiada em cobertores comendo pipoca e tomando coca-cola 'morrendo de chorar' vendo comédia romântica. Eu brigava com você, mas adorava quando você interrompia os meus momentos de 'teenage dream' para me perguntar se colocar uma metáfora na sua matéria seria arrogância demais. E eu adorava mais ainda quando você me pedia pra ler seus textos, só pra eu dar a minha opinião. E ficava louca quando seus textos eram sobre mim. Odiava de verdade o vaso ridículo que foi herdado da sua família e você insistia em colocá-lo na mesa ao lado do sofá. Mas morro de ódio da sala agora, porque não tem mais o vaso ridículo, porque o espaço gigantesco que ficou entre o sofá e o vaso, é o espaço que existe entre nós. Você sempre me surpreendia, e eu sempre me apaixonava por você. Gostava quando sentia ciúmes, e cá pra nós, sei que você também gostava quando eu tentava te olhar com desprezo, mas no fundo, querendo um dengo seu. Uma das melhores sensações da minha vida foi acordar e pegar você me olhando enquanto eu dormia. E a melhor sensação da minha vida foi olhar você dormindo, tão sereno tão...indefeso. Eu brincava de contar as inúmeras pintas que você tem no rosto, e já as decorei; ficava imaginando com o que você estaria sonhando, e olhava a sua boca com uma imensa vontade de beijá-la e tê-la só pra mim. Mas tudo era tão bom que nunca pensei que fosse acabar. Havia perdido aquela paranóia, de que tudo que eu gosto vai embora...mas eu gostava de você e você se foi. Não sei se para sempre, ou só por um momento, a porta ainda está aberta, as chaves continuam embaixo do tapete, e eu continuo deixando um espaço para você na nossa cama. Ou minha cama, nem eu sei mais. Dividimos tanta coisa e é estranho não saber como você anda, sequer nem telefonar...e no Natal passado, após checar o meu celular inúmeras vezes para saber se havia alguma ligação perdida, vejo uma nova mensagem e era do seu número, leio-a com o coração na mão. Uma mensagem sem graça de Natal, morro de vontade de perguntar: "digitou-a apenas para mim ou disparou para todos os contatos?" mas esqueço, pois fazer isso seria insanidade. Não quero fazer com que você se sinta culpado por ter me deixado assim. Chorando até com comédias, e aí sorrio, por que gostaria de te contar a piada que vi no filme. E choro, por lembrar que não posso fazer isso. E sorrio pela minha capacidade de ser patética, os meus colegas de trabalho jamais pensariam que uma advogada renomada como eu seria tão fútil ao ponto de nunca mais sair para tomar vinho tinto por um amor que chegou ao fim. Agora saio sozinha, calçando 'rasteirinhas' pra tomar tequilla. E nem faço mais cara feia, já me acostumei com o gosto amargo, que consegue ser mais doce do que a amargura que eu virei. Você sabia que eu gostava de escrever, e já te peguei fuçando meus textos e era engraçado ver a sua indignação ao perceber que não havia nenhum texto sobre você; pois bem, esse é sobre você. Não quero mais aquela coisa de "sou mulher demais pra você ou você não merece as minhas lágrimas." Você merece sim, e não sou mulher demais para você, nos completávamos e agora sinto a falta de metade de mim, mas se é assim, desejo apenas que esteja bem, se divertindo e saindo para tomar vinho tinto com uma ótima companhia e não como eu, saindo sozinha pra tomar tequilla. Quero que ouça Tom Jobim e se lembre de wave, quero que leia Paulo Coelho e morra de ódio de mim por saber que eu queimaria o livro se você se distraísse. Quero que estejamos bem, para um dia nos encontrarmos em um Happy Hour e juntos tomarmos tequilla, fazendo cara feia (por que agora não há mais amargura em minha vida) e que juntos possamos rir dos momentos que passamos e sonhar com o que ainda faremos como amigos. Aí eu te dava um beijo no rosto, com vontade de quero mais. E cada dia que nos encontrássemos a vontade de ter você de volta seria menor, até que não fosse mais. E aí, só lembranças restariam...de um pequeno grande amor.